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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Manejo alimentar de colônia de abelhas africanizadas no período de entre safra na caatinga.
(Parte da entrevista retirada)
Autora: Dra. Fábia de Mello Pereira 
Empresa barsileira de pesquisa agropecuárias - EMBRAPA Semi-árido 


JornApis: Qual a vantagem de alimentar as abelhas no período seco?
Dra. Fábia Mello: O estado nutricional das colônias influencia a capacidade produtiva e reprodutiva das abelhas, resultando no aumento ou redução da população da colônia. Além do enfraquecimento das colônias, o estresse nutritivo reduz a resistência das abelhas, deixando o ambiente interno da colmeia mais propenso ao desenvolvimento de doenças e ataques de inimigos naturais.
O fornecimento de alimento energético estimula a produção de cria e o fornecimento de alimento proteico aumenta a capacidade das operárias de cuidarem das crias mais novas, aumentando assim a população da colônia e evitando os problemas mencionados anteriormente.
Além disso, uma colônia que inicia o período produtivo forte terá mais tempo para aproveitar a disponibilidade de néctar para armazenar mel, aumentando sua produtividade. Ao contrário, uma colônia que está fraca no início da florada, precisará inicialmente utilizar o alimento disponível para aumentar sua população para depois começar a produção. Como o período produtivo no Nordeste é relativamente rápido, o apicultor acaba tendo um prejuízo produtivo grande por não fornecer a alimentação.
JornApis: Alimentar as abelhas com água e açúcar é suficiente para desenvolver as colônias?
Dra. Fábia Mello: A alimentação energética é mais importante que a alimentação proteica, pois é mais consumida na colônia. No período de escassez de florada, o ideal é o fornecimento dos dois alimentos, mas, se não for possível, poderá ser fornecido somente o alimento energético.
JornApis: Existe um produto que você recomendaria para adicionar à alimentação das abelhas?
Dra. Fábia Mello: O ideal é fornecer alimento com custos reduzidos.  Nesse contexto a folha de mandioca (Manihot esculenta) já é usada por vários produtores. As folhas devem ter o pecíolo eliminado logo após a colheita e colocadas para secar a sombra até que sejam facilmente esfareladas com as mãos, quando deverão ser moídas e peneiradas. Processadas desta forma as folhas de mandioca não possuem ácido cianídrico e não são tóxicas para as abelhas, o rendimento é de 19% e o teor de proteína bruta 26,73% de proteína bruta.
JornApis: Você conhece algum manejo de alimentação da caatinga que evitaria a necessidade da alimentação artificial.
Dra. Fábia Mello: Existem muitas plantas, em especial de porte arbóreo, que produzem flores no período de estiagem. O apicultor deve, não somente preservar e conservar, mas plantar essas espécies para aumentar a densidade das mesmas. Esse tipo de manejo é demorado, mas com o tempo se torna mais vantajoso para o produtor, pois reduz os custos com a alimentação, pode ampliar o período de safra na região e é eficaz para controlar um dos maiores problemas da apicultura no Nordeste, a taxa de abandono das colônias.

Fonte: Jornapis n.7 


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