A CRIAÇÃO DAS ABELHAS SEM
FERRÃO NO NORDESTE BRASILEIRO
As abelhas sem ferrão são bastante abundantes no Brasil. Entretanto, das
supostas 300 espécies (Imperatriz-Fonseca et al.,2005),apenas algumas
dezenas são criadas racionalmente (Cortopassi-Laurino, 2008). Na meliponicultura do nordeste
brasileiro cria-se jandaíra (Melipona subnitida), uruçu (M.scutellaris),
mandaçaias (M.mandacaia, M. quadrifasciata M.quadrifas-ciata anthidioides),
manduri (M.asilvai), tubi (Scaptotrigona sp.), uruçu amarela(Melipona rufiventris), uruçu cinzenta
ou tiúba (Melipona compressipes,
canudo, tubuna, tubiba (Scaptotrigona spp.), etc.
Embora existam muitos criadores, a meliponicultura é ainda relativamente
pouco praticada quando comparada à apicultura, principalmente nos estados
do CE e PI. A razão é muitas vezes o ganho econômico, bem menor no caso da
meliponicultura. Em alguns locais, como no polo Petrolina (PE)- Juazeiro (BA),
o conhecimento tradicional da criação destas abelhas sem ferrão vem até se perdendo. A
maioria dos meliponicultores nordestinos dedica-se à produção de mel, enquanto
outras possibilidades (produção de colônias para venda, uso para na
polinização, etc.) são praticamente inexploradas. A falta de capacitação faz
com que muitos criadores mantenham suas colmeias sem manejo adequado, e
extraiam mel ainda sem a aplicação das Boas Práticas de Fabricação. De forma
geral existe muita informalidade na atividade, que por sua vez contribui
apenas como renda adicional para as famílias. Por outro lado, os criadores
tem se organizado cada vez mais em associações e/ou cooperativas, e tem buscado
novos conhecimentos nos eventos técnico-científicos.
Além disso, entraves como a produção de rainhas in vitro e a legislação
referente à qualidade dos méis das abelhas nativas, tem com boas chances de
serem solucionados em médio prazo. De fato, avanços nos aspectos da
biologia e manejo destas abelhas têm sido significativos nos últimos anos (Contrera et al., 2011).
Portanto, a meliponicultura só tem a crescer no NE, com perspectivas de
se tornar uma atividade muito difundida e lucrativa.
Referências Bibliográficas
CONTRERA, F. A. L.; MENEZES, C.; VENTURIERI, G. C. New horizons on
stingless beeke-eping (Apidae, Meliponini).
Rev. Bras. Zootecnia
, v. 40, p. 48-51, 2011 (supl. esp.).
CORTOPASSI-LAURINO, M. 2008. Estado da arte da meliponicultura no
Brasil. In: XVIICongresso Brasileiro de Apicultura e III Congresso Brasileiro
de Meliponicultura.
Anais ...
2008.
Belo Horizonte. 2008. CD ROM.IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; GONÇALVES, L.
S.; DE JONG, D.; FREITAS, B. M.; CASTRO, M. S.; ALVES-DOS-SANTOS, I. &
VENTURIERI, G. C. Abelhas e desenvolvimento rural no Brasil.
Mensagem Doce
Fonte: JornApis n. 6
Texto de: Márcia de Fátima Ribeiro¹ (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- EMBRAPA Semiárido)
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