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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Estudo pode evitar extinção da abelha jandaíra


Abelhas sem ferrão, como a jandaíra, são responsáveis pela polinização de 30 a 60% das plantas da Caatinga, do Pantanal e de manchas da Mata Atlântica.
 
Jandaíra, espécie de abelhas sem ferrão nativa do Nordeste / Crédito: Fábia Pereira/Embrapa Meio-Norte

A ciência está a um passo de traçar o zoneamento genético das populações da abelha jandaíra, uma das mais importantes produtoras de mel e pólen e com uma ativa ação de polinizar as plantas no Nordeste brasileiro.
A Embrapa e a Universidade de Dalhousie, no Canadá, realizaram, neste ano, o sequenciamento do genoma da espécie, gerando os primeiros marcadores moleculares para a abelha jandaíra. O estudo foi publicado pelo jornal científico Conservation Genetics Resources.
Pioneiro em todo o mundo, o zoneamento vai permitir, com mais segurança, a construção de estratégias de gestão e manejo da espécie, buscando sua conservação e seu uso sustentável em toda a cadeia produtiva. Vítima da ação predatória do homem, a jandaíra é uma das espécies ameaçadas de extinção. O trabalho será concluído em 2016.
Abelhas sem ferrão, como a jandaíra, são responsáveis pela polinização de 30 a 60% das plantas da Caatinga, do Pantanal e de manchas da Mata Atlântica, importantes ecossistemas brasileiros. No entanto, segundo a pesquisadora Fábia Pereira, da Embrapa Meio-Norte, cerca de um terço das espécies dessas abelhas está em risco. O motivo é a degradação dos ecossistemas.
– A conservação dessas espécies é uma necessidade, já que elas executam uma importante função na perpetuação da floresta e sua biodiversidade, como polinizadoras e parte integrante da teia alimentar – argumenta.
O extrativismo predatório e o desmatamento sem controle, garante Fábia Pereira, têm levado à redução no número de colônias silvestres da espécie. Pequenas populações de abelhas sem ferrão, de acordo com a pesquisadora, "podem sofrer declínio gradual, resultando em sua extinção local".
A determinação da diversidade genética presente nas populações dessas abelhas é um pré-requisito para o estabelecimento de programas de manejo e conservação eficientes, como os cientistas buscam com o zoneamento do genoma da jandaíra, por exemplo.
A análise de dados resultantes do sequenciamento do genoma da abelha jandaíra aponta para duas direções: a descoberta de populações geneticamente distintas da espécie em todo o Nordeste brasileiro; e a redução da variabilidade genética em algumas áreas da região, que é um forte indicativo de como a degradação ambiental, causada pelo desmatamento e o extrativismo predatório, afeta diretamente a espécie. Esse estudo pôde revelar também mais um avanço da ciência quanto ao tempo e ao custo de se trabalhar o sequenciamento de um genoma.

Rainha do sertão
Apresentando coloração escura com listas amarelas no abdômen e medindo entre seis e sete milímetros, a abelha jandaíra é típica do sertão nordestino. É uma das mais conhecidas, por ser encontrada em todos os estados da região, do Semiárido ao litoral, e em áreas de restinga dos estados do Piauí e Maranhão.
Por ser uma grande produtora de mel, além de ter importância ecológica como polinizadora, a espécie é conhecida entre os apicultores como a "rainha do sertão". Todo o Nordeste brasileiro reúne as características de clima e flora favoráveis à atividade apícola.
– A produção de mel do Piauí, por exemplo, é baseada na flora nativa, que é rica e diversificada, propiciando a produção de méis com características diferenciadas – ressalta a pesquisadora Maria Teresa Rêgo, também da Embrapa Meio-Norte.
Segundo ela, um ponto que eleva ainda mais as condições favoráveis da região à produção de mel é a sustentabilidade. De acordo com Maria Teresa, as floradas das espécies nativas são livres de agrotóxicos, propiciando um mel puro, livre de resíduos de produtos químicos, o que favorece a produção de mel orgânico.
A flora nordestina é rica em espécies importantes como marmeleiro, mofumbo, angico-de-bezerro, bamburral, jurema e jitirana, encontradas em todos os estados da região. A flora nativa e diversificada é o grande trunfo do Nordeste.
– Com esse ambiente diversificado e favorável, o apicultor tem condições de migrar internamente com as colmeias, tendo um menor custo – destaca Paulo José da Silva, presidente da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes, a segunda maior do Piauí e uma das mais importantes da região.
Este ano, a cooperativa deve exportar 950 toneladas de mel, faturando cerca de seis milhões de dólares. Os Estados Unidos são o destino de praticamente toda a produção.


Fonte: Canal Rural

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Coração Brasileiro - Seminário Meliponicultura

Por CETAPIS

O Programa Coração Brasileiro da TV Bandeirantes, apresentou neste fim de semana a cobertura do I Seminário de Meliponicultura de Ribeirão Preto.
Além da cobertura do seminário, a matéria também destaca a importância das abelhas para o meio ambiente.