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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Evite perdas no seu meliponário.


O meliponário deve estar na mente do meliponicultor unitariamente e não fracionado. Se você tem dez colônias, enxergue-as como uma só, uma grande colméia que está dividida em 10 setores. O  ideal é que estejam semelhantes.
Se o objetivo é produção de mel, terá mais mel com 10 colméias fortes produzindo do que com seis ou cinco, e o resto lutando pra se manter viva. Da mesma forma se as tem, para produção de enxames.
Deixe as colméias de seu meliponario mais ou menos no mesmo nível. É de extrema importância fazer esse tipo de manejo, pois assim os riscos de perdas diminuem bastante. Aconselha-se que isso seja feito na entressafra, para que quando a florada iniciar, seu meliponario esteja pronto para produzir. Nunca esquecendo, a alimentação artificial, fundamental na entressafra.
Como identificar a melhor forma de fortalecê-los?
Para facilitar, dividimos em níveis. Pois nem sempre o tipo de manejo empregado em um, vai funcionar para outro beneficamente.
Identificação:
ENXAME EM FASE DE EXTINÇÃO
É aquele que possui pouquíssimos potes de alimento e estão todos abertos, tem rainha e um ou dois minúsculos discos de cria. Pode não haver nem crias, só a rainha e alguma abelhas.
ENXAME FRACO
É aquele que tem alguns potes com alimento (mel e pólen), alguns secos. O ninho está reduzido a poucos e pequenos discos.
A rainha ainda põe e quando alimentado, recebe o alimento e o armazena em pequenas quantidades.
ENXAME NORMAL
É aquele que tem um bom numero de abelhas, reserva de mel e pólen boa e esta ocupando metade ou mais da colméia.
ENXAME FORTE
É o enxame que tem toda a colméia lotada de pólen, mel e crias.
Fortalecendo enxames:

ENXAME EM FASE DE EXTINÇÃO:
A forma correta de recuperar um enxame desses é com abelhas adultas. Para fazer isso você deve trocar esta colméia de lugar com uma colméia forte, para que entre abelhas do enxame forte.
Elas cuidarão da colméia trazendo alimento, fazendo com que a rainha volte a colocar ovos imediatamente. Não há perigo de briga, pois nessa fase o enxame já não protege sua colméia. (normalmente nesse período a colméia é saqueada por enxames mais fortes) E para garantir o sucesso é só alimentar.
Será um erro tentar recuperá-lo com crias, pois o numero pequeno de abelhas existente, não cuidarão das que vierem a nascer.

ENXAME FRACO:
Deve-se fortalecer um enxame fraco com crias e alimento.
Não tente fortalecer com abelhas adultas, pois elas travarão lutas e haverá mortandade de abelhas.
Para manter seu meliponário sempre forte, sem setores fracos, uma ferramenta de grande auxílio é o histórico fotográfico. Com ele, você identificará rapidamente quem está forte e quem precisa de ajuda.
Obs. Este tipo de manejo pode ser aplicado em outras espécies de abelhas.
Fonte: http://abelhasdosabugi.blogspot.com.br/2010/08/fortalecendo-enxames-jandaira.html
Autor: Isaac Soares de Medeiros (Modificado).

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Captura de enxames e Transferência de colônias (GPAP prestando serviços à comunidade)




Os estagiários do Grupo de Pesquisas com Abelhas e Polinização realizando a transferência de enxames que foram adquiridos de capturas na cidade de Sobral-CE, para o apiário da UVA (Universidade Estadual Vale do Acaráu) na FAEX (Fazenda Experimental da UVA). A transferência foi bem sucedida onde as colônias foram transportadas sem muito estresse e os integrantes do GPAP sem muitas complicações a não ser algumas ferroadas.
A pratica foi monitorada pelo orientador do grupo (Prof. Dr. José Everton Alves), e foi bastante proveitosa para os integrantes do GPAP, pois acrescenta experiências nos cuidados a serem tomados, de forma que todo o procedimento ocorra com segurança, tanto para os apicultores envolvidos, quanto para suas colônias.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Europa está em grave déficit de abelhas para polinização

A Europa tem um déficit de 13,4 milhões de colmeias, ou seja, de 7 bilhões de abelhas, para polinizar seus cultivos corretamente, afirmaram cientistas da Universidade de Reading.
Segundo as conclusões do estudo publicado na revista Plos One, devido ao desenolvimento dos cultivos de oleaginosas (como soja, girassol ou canola, usados principalmente como agrocombustíveis), as necessidades de polinização cresceram cinco vezes mais rápido do que o número de colmeias entre 2005 e 2010.
Na metade dos 41 países estudados, "não há suficientes abelhas para polinizar corretamente os cultivos, principalmente na França, Alemanha, Reino Unido ou Itália", acrescentaram os cientistas. O caso da Grã-Bretanha é um dos mais preocupantes, pois este país tem menos de um quarto do número de abelhas de que precisa para a polinização.

Segundo os cientistas, a agricultura se tornou cada vez mais dependente dos polinizadores "selvagens" (besouros, etc), espécies que podem ser vulneráveis, especialmente no caso das monoculturas, concluíram os cientistas.
"Este estudo mostra que a política europeia na área dos biocombustíveis tem como consequência imprevista nos tornar mais dependentes dos polinizadores silvestres", destacou Tom Breeze, um dos autores do estudo.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Como estimular a multiplicação de colônias de abelhas nativas (Meliponas)?



A caatinga, ao contrario do que muitos pensam, é riquíssima em biodiversidade. Varias espécies de plantas, animais, insetos e outros seres vivos, só são encontrados neste bioma. Além destes, existem as espécies que são comuns em outros biomas do Brasil. Porém, apesar de ser riquíssima em vidas, a caatinga é considerada frágil. 

Um grupo de seres vivos de grande importância na caatinga é o das abelhas sem ferrão. Este grupo contêm dezenas de espécies que produzem mel e outros alimentos para a humanidade além de polinizar culturas agrícolas e matas nativas. 

Em regiões preservadas de caatinga, várias plantas florescem no período de seca, possibilitando às abelhas a manutenção de suas colônias bem estabilizadas. Temos como exemplo destas espécies que florescem no segundo semestre do ano, o juazeiro (Ziziphus joazeiro), cajueiro (Anacardium occidentale) e oiticica (Licania rigida). 

No longo período de estiagem anual na caatinga, estas espécies florescem e fornecem para as abelhas néctar e pólen gradativamente, dia a dia. Entretanto, este problema se agrava quando o bioma sofre ação do homem através de desmatamento e queimadas. Tais práticas associadas ao período de escassez de chuvas elimina drasticamente a oferta de alimento no campo vindo de flores. 

Uma das práticas comuns realizadas por meliponicultores para remediar este problema é a de alimentação artificial.
Existem dois tipos fornecimento de alimentação artificial para estas espécies de abelhas. Uma delas é a de subsistência ou de manutenção e outra é a estimulante, para induzir a rainha a ovopositar. 

A diferença entre as duas é quase imperceptível, mas existe. Estas várias diferenças estão escondidas nos detalhes do modo de fazer e de servir o alimento. 

Na maioria dos livros se fala muito em fórmulas, ingredientes, e não explicam o principal, que é, justamente a forma de administrar a alimentação artificial. 

Estimulando a Rainha a pôr:
 Para estimular à rainha a ovopositar na entressafra de forma semelhante ao que ocorre no período de muitas floradas é preciso seguir alguns passos. Apenas servir o xarope não é o suficiente, pois o que faz com que a rainha ponha não é o alimento armazenado, mas sim o que está entrando na colméia. 

Não basta a colméia estar lotada de alimento para a rainha pôr os ovos. Se assim fosse, ela não diminuiria a postura no menor sinal de falta de néctar na natureza. Que é o ocorre no final da florada, que é quando as melgueiras estão cheias.



A idéia é tentar imitar o que ocorre com as plantas na natureza! Fornecem microlitros de néctar diariamente. Assim, tenta-se mitigar os efeitos que a

devastação da caatinga está promovendo na vida destas inofensíveis espécies de abelhas sem ferrão.

A alimentação estimulante propicia ao meliponicultor manter as suas colônias com grande população e até multiplicar seus enxames o ano todo. Se as técnicas forem empregadas corretamente, não haverá falta de zangão, por exemplo, nem muito menos de abelhas adultas ou crias. 

Manejo de indução á postura:
O que induz a rainha é um conjunto de indicativos que apontam existir alimento em abundancia no campo. 

Como:
Movimentação de abelhas no interior da colméia: parte delas carregando o alimento, outras depositando nos potes, outras construindo potes, outras carregando mais resina (para o cerume), outras ventilando para expulsar o excesso de umidade, etc. Enfim, essa agitação mostra que existe uma enorme quantidade de alimento sendo armazenada. Essa “bagunça” dentro da colméia estimula a rainha a pôr cada vez mais. 

Regularidade: no período de floradas, existe néctar entrando diariamente na colméia, sem interrupção. Assim sendo, não basta servir o xarope com pouquíssima ou altíssima concentração de açúcar. Além disso, tem que haver “regularidade” no fornecimento. 

Passo a passo:
Pegue uma porção de água potável ou mineral e adicione o “mínimo” de açúcar ou mel, que as abelhas se interessem em coletar. Recomenda-se 1/3 a ¼ de açúcar ou mel para cada porção de água. 

Misture bem e sirva em dias alternados. Se possível dia sim, dia não. No máximo a cada três dias. 

Sirva pequenas quantidades diárias, em dias alternados, de xarope. Isso facilitará a forma de servir e evitará que as colméias fiquem lotadas de “mel falso”. Deve-se evitar os excessos, pois esse tipo de alimento fermenta fácil.

Texto modificado de: Isaac S. Medeiros.